Lula defende fim da escala 6×1 durante reunião do Conselhão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), conhecido como Conselhão, que avance no debate sobre a redução da jornada de trabalho no Brasil. A solicitação foi feita na quinta-feira, 4 de dezembro, durante reunião realizada no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Lula defendeu o fim da jornada 6×1, que estabelece seis dias de trabalho para um de descanso. Para ele, os avanços tecnológicos aumentaram significativamente a produção, mas não se refletiram em melhores condições para os trabalhadores.
Ele lembrou que, enquanto no passado fábricas necessitavam de muito mais empregados para produzir menos, hoje a tecnologia reduziu a mão de obra, porém sem retorno proporcional para a qualidade de vida do trabalhador.
O presidente destacou que a PEC que propõe o fim da escala 6×1 está em análise no Congresso Nacional e pediu que o Conselhão se dedique ao tema nas próximas reuniões.
Violência contra a mulher
Outro ponto enfatizado por Lula foi a necessidade de ações mais eficazes contra o feminicídio e crimes sexuais. Ele afirmou que criminosos que cometem esses delitos “não podem ser tratados normalmente” e defendeu medidas mais rígidas.
O presidente citou um caso recente ocorrido em São Paulo, em que uma mulher teve as pernas mutiladas após ser atropelada e arrastada por um homem.
Discussões econômicas
Durante a reunião, Lula criticou a visão de que investimentos públicos em áreas como saúde e educação são apenas gastos. Segundo ele, investir em pessoas é fundamental, e discursos sobre déficit fiscal “interessam apenas a quem vive da especulação financeira”.
Ele também comentou sobre a derrubada dos vetos ao projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental, afirmando que as mudanças podem prejudicar o agronegócio em negociações com mercados internacionais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o atual governo deverá registrar a menor inflação da história do país ao final do mandato, combinada com queda no desemprego, o que, segundo ele, representa um cenário econômico de menor desconforto social.
O Conselhão, formado por empresários, sindicalistas, pesquisadores, artistas e representantes de movimentos sociais, segue debatendo propostas e diretrizes para o desenvolvimento sustentável do país.







