Fraude no INSS: maioria das vítimas era de idosos analfabetos digitais

Uma investigação nacional revelou um esquema que envolvia entidades conveniadas ao INSS, responsáveis por realizar descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas. A maior parte das vítimas eram idosos com baixo grau de instrução e sem acesso digital, o que dificultava o entendimento e a contestação dos valores cobrados. As entidades simulavam oferecer benefícios como planos de saúde e descontos em academias, mas sem estrutura real para prestar os serviços prometidos.

A prática irregular aconteceu entre 2019 e 2024, período em que documentos e assinaturas teriam sido falsificados para autorizar os descontos mensais. De acordo com a Controladoria-Geral da União, mais de 70% dos beneficiários não sabiam que estavam sofrendo esses abatimentos. Mesmo entre os que tinham ciência, muitos relatavam não entender como cancelar os descontos ou acreditavam que haviam autorizado algo legítimo.

A operação conjunta da Polícia Federal e CGU, chamada “Sem Desconto”, cumpriu mais de 200 mandados de busca e apreensão em diversos estados. A ação resultou na apreensão de mais de R$ 41 milhões em dinheiro, carros de luxo, joias e obras de arte. Além disso, o presidente do INSS e outros cinco servidores foram afastados dos cargos. O Ministério da Justiça classificou a fraude como uma das maiores já registradas na autarquia, com impacto direto na renda de milhares de beneficiários.

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