Tecido da placenta será usado no SUS para tratar queimaduras com tecnologia inovadora
Santa Casa de Porto Alegre coordenará a distribuição do curativo biológico para hospitais públicos

A membrana amniótica, extraída da placenta após partos cesarianos, foi oficialmente aprovada para uso no tratamento de queimaduras em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão foi anunciada no início de maio de 2025 pela Conitec, representando um marco na medicina regenerativa brasileira.
O tecido será coletado somente com autorização da mãe e passará por um processo semelhante ao de transplantes de pele, incluindo triagem rigorosa e descontaminação em bancos de tecidos. A aplicação da membrana é recomendada para feridas extensas, queimaduras de segundo grau e áreas de enxerto, oferecendo benefícios como redução da dor e menor tempo de internação.
O uso desse tipo de curativo já é consolidado em países como Estados Unidos e membros da União Europeia. No Brasil, sua eficácia foi demonstrada em 2013, durante a tragédia da Boate Kiss, quando foi utilizado de forma emergencial. Com a aprovação definitiva, a expectativa é de que milhares de pacientes sejam beneficiados anualmente.
A Santa Casa de Porto Alegre, que abriga um dos quatro bancos de tecidos humanos do país, será responsável pela distribuição do material. A liberação plena da técnica depende agora apenas do aval do Sistema Nacional de Transplantes, que definirá o protocolo oficial de uso em todo o território nacional.