Chuva atinge quase 150 mm no Norte gaúcho e rios voltam a transbordar

O Rio Grande do Sul enfrenta novos episódios de cheia em seus rios após a chuva intensa registrada entre sábado e domingo na Metade Norte do estado. Em apenas 24 horas, municípios do Noroeste, Alto e Médio Uruguai, Serra e Campos de Cima da Serra receberam entre 50 mm e 150 mm de precipitação, volumes que representam até a totalidade da média histórica de junho. Horizontina, Vacaria e Erechim foram algumas das cidades com os maiores acumulados, acima de 130 mm. Em Campo Bom, Gravataí e São Leopoldo, na Grande Porto Alegre, os registros variaram de 30 mm a 70 mm, conforme antecipado pela MetSul.

Esse quadro de instabilidade foi provocado pela interação entre o ar quente em altitude vindo do Paraná e Santa Catarina com a massa de ar frio que estava sobre o Rio Grande do Sul, resultando em chuvas volumosas. Posteriormente, a organização de uma frente fria intensificou ainda mais a precipitação entre o fim de sábado e o início de domingo. Apesar de o período mais crítico ter passado, o tempo continua instável, com previsão de chuvas leves ou garoa ao longo do dia na Metade Norte.

A situação, no entanto, permanece preocupante devido ao impacto hidrológico dos rios. O Uruguai já está em condição de cheia no Oeste e deve continuar subindo nos próximos dias com o volume adicional que vem do Noroeste e Norte do estado. O Caí superou a cota de inundação em São Sebastião do Caí neste domingo e deve provocar alagamentos também em Montenegro. O Taquari apresenta rápida elevação e pode atingir níveis semelhantes ou superiores aos da semana passada. Já os rios Gravataí e Sinos preocupam pelas cheias iminentes, enquanto o Guaíba poderá chegar a marcas próximas de 3 metros no Cais Mauá, embora sem risco de repetição do cenário crítico de maio de 2024, segundo a MetSul.