Polícia Civil desarticula grupo especializado em sequestros com uso de violência na região metropolitana de Porto Alegre

A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira, 5 de junho, a Operação Cifra Oculta, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em extorsão mediante sequestro, que atuava com extrema violência na região metropolitana de Porto Alegre, principalmente em Canoas.
Coordenada pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com apoio da Delegacia de Polícia de Esteio, a operação resultou no cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Sapucaia do Sul, Esteio e Torres. Quatro pessoas foram presas e houve apreensão de uma arma de fogo e celulares.
Segundo a delegada Isadora Gallian, responsável pela investigação, o grupo atua de forma extremamente organizada e violenta. “O primeiro caso investigado ocorreu em sexta-feira, 7 de março, quando um motoboy de 32 anos foi sequestrado em Sapucaia do Sul durante uma cobrança. Ele foi mantido acorrentado em cativeiro e libertado apenas após o pagamento parcial do valor exigido, que variava entre R$ 30 mil e R$ 50 mil,” relatou.
Durante as apurações, outros crimes semelhantes foram ligados ao grupo. Em domingo, 28 de abril, uma família inteira de um empresário foi sequestrada em Canoas, incluindo a esposa e a filha de 13 anos. O caso resultou em uma extorsão de R$ 200 mil.
Outro caso ocorreu em quarta-feira, 2 de abril, em Esteio, quando uma vítima colombiana foi sequestrada e somente libertada após o pagamento de R$ 5 mil por parte da esposa.
A investigação revelou que a organização criminosa possui estrutura hierarquizada, com divisão clara de funções: alguns membros são encarregados da abordagem e contenção das vítimas, outros cuidam da vigilância do cativeiro e há ainda os responsáveis pelas negociações e recebimento dos valores.
O grupo também utilizava tecnologia moderna, como aplicativos de mensagens e transações eletrônicas, para facilitar e acelerar a prática criminosa, sempre mirando vítimas com maior poder aquisitivo.
A Polícia Civil segue investigando o envolvimento de outros suspeitos e a possível ligação do grupo com crimes similares ocorridos na região.