Alckmin afirma que o Pix é exemplo de sucesso e critica tarifas dos EUA: “É um perde-perde”

Vice-presidente defende tecnologia brasileira e pede urgência em negociação comercial com o governo de Donald Trump

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira, 16 de julho, que o Pix é um modelo bem-sucedido e não tem relação com as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. A declaração foi feita após reunião com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), em Brasília.

“O Pix é um modelo, um sucesso. O que nós precisamos resolver é a questão tarifária [com os Estados Unidos], porque ela não se justifica nesse patamar. É um perde-perde”, declarou Alckmin.

O sistema brasileiro de pagamentos instantâneos se tornou alvo de investigação comercial dos EUA, sob a alegação de que poderia criar desvantagens para empresas americanas do setor financeiro, como bandeiras internacionais de cartão de crédito. Além do Pix, a investigação questiona ainda o desmatamento, a corrupção e o tratamento dado a grandes empresas de tecnologia.

Durante o encontro, Alckmin esteve com os presidentes da Amcham, Abrão Neto, e da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, e criticou a inclusão do desmatamento na investigação. Segundo ele, o Brasil tem reduzido o desmatamento e é exemplo de preservação ambiental.

“O desmatamento está em queda, aliás, o Brasil é um exemplo para o mundo. Temos a maior floresta tropical do planeta e empenho em sua recomposição”, reforçou.

Alckmin também informou que o Brasil enviou uma proposta confidencial aos EUA em 16 de maio para negociar um acordo comercial e rever tarifas. Como ainda não houve resposta, um novo documento foi enviado, assinado por ele e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

“Encaminhamos para a negociação e estamos aguardando. Queremos negociação. É urgente. O bom seria resolver nos próximos dias”, disse.

O presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto, também demonstrou apoio à busca por soluções diplomáticas: “O nosso desejo unânime é de buscar uma solução negociada de maneira a impedir o aumento tarifário”.

Além da Amcham e da Fiesc, Alckmin reuniu-se com representantes das seguintes empresas norte-americanas no Brasil:

• Johnson & Johnson MedTech Brasil
• Cargill
• Dow
• Coca-Cola
• Sylvamo
• John Deere
• Caterpillar
• Amazon Web Services (AWS)
• Corteva Agriscience
• General Motors

A reunião do comitê interministerial contou ainda com representantes dos ministérios da Fazenda e das Relações Exteriores, além de órgãos da Presidência da República. Pela manhã, Alckmin também se encontrou com representantes do agronegócio, mas não houve pronunciamento oficial.