Corrida por minerais raros coloca Brasil no centro das atenções globais

O crescente interesse dos Estados Unidos pelos minerais críticos e terras raras do Brasil reacendeu o debate sobre soberania e exploração de recursos naturais. Durante encontro com o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungman, o diplomata americano Gabriel Escobar demonstrou vontade de firmar acordos bilaterais nesse setor. Esses materiais são essenciais para indústrias de alta tecnologia, como a de veículos elétricos, smartphones e armamentos sofisticados, o que torna sua posse um ativo estratégico no cenário geopolítico atual.
A reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi imediata e contundente. Em discurso, declarou que “aqui ninguém põe a mão”, sinalizando resistência a pressões externas. Embora o Brasil possua entre 15% e 20% das reservas globais de terras raras, ainda não domina as tecnologias de extração e processamento, o que limita seu protagonismo no mercado. A China, que lidera esse setor, já utilizou esses recursos como moeda de troca em disputas comerciais com os EUA, o que explica o movimento de Washington para diversificar suas fontes.
Para analistas, o interesse americano não é isolado e já pautou negociações com países como Groenlândia e Indonésia. O próprio Trump, ainda com forte influência política, vê os minerais como peça-chave da segurança nacional. No caso brasileiro, Jungman enxerga essa demanda como uma vantagem estratégica, mas ressalta que o país precisa agir com cautela. A disputa por esses elementos — como lítio, nióbio, cobalto e o magnético neodímio — deverá moldar alianças e tensões internacionais nas próximas décadas.