Empresa de grãos é acusada de crime ambiental após incêndio e descarte irregular no sul do RS
Polícia identifica poluição causada por chorume de soja em área sem licença ambiental; funcionário foi levado à delegacia e empresa nega crime

Após o incêndio que destruiu um silo de grãos em Arroio Grande, no sul do Rio Grande do Sul, uma nova denúncia levou a uma ação da 3ª Companhia Independente de Polícia Ambiental. A empresa responsável foi autuada por operar sem licenciamento e por descartar os resíduos da tragédia diretamente no solo, sem qualquer barreira de contenção, o que resultou na infiltração de chorume contaminante no terreno. Segundo a Brigada Militar, a substância se espalhou e foi classificada como poluente.
O caso começou a ser investigado após uma denúncia, o que levou à constatação de que a empresa atuava em uma área de cerca de 10 hectares sem a licença obrigatória para atividades de limpeza e armazenagem de grãos. Durante a vistoria, um funcionário foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos e liberado em seguida, sem prisão formal. A delegada Juliana Ribeiro confirmou que uma ocorrência foi registrada e segue em apuração.
A empresa responsável pelo silo atingido, afirmou não ter tido acesso ao inquérito policial e nega qualquer prática criminosa. Em nota, a empresa declarou que está seguindo orientações técnicas para mitigar impactos ambientais. O incêndio, que levou mais de quatro dias para ser controlado, teria começado de forma espontânea devido aos gases e óleos liberados pela soja em contato com o calor. A fumaça alcançou a cidade vizinha e parte da estrutura desabou, embora ninguém tenha se ferido.