Família de Bianca repudia preconceito e pede respeito após tragédia no Cânion Fortaleza

Nota emocionada destaca dor da perda e condena manifestações capacitistas disfarçadas de preocupação

A família de Bianca Bernardon Zanella, a menina de 11 anos que faleceu na quinta-feira, 10 de julho, após cair do Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul (RS), divulgou uma nota pública repudiando o preconceito com pessoas com deficiência, travestido de preocupação. O texto, assinado pela advogada Carolina Nadaline, manifesta gratidão pelo apoio recebido e condena julgamentos apressados e comentários desinformados nas redes sociais. “Este é um momento de dor extrema, de luto profundo e de sofrimento imensurável para pais que sempre se dedicaram com amor, responsabilidade e zelo à sua filha”, diz a nota, que também enfatiza o direito à privacidade da família e pede respeito diante da tragédia. Carolina, que é autista e mãe de uma criança autista, relembra que Bianca tinha Transtorno do Espectro Autista e Síndrome de Smith-Magenis (SMS) e reforça que “pessoas com deficiência têm o direito de viver plenamente e com dignidade”.

A advogada repudiou manifestações capacitistas e cruéis de quem desconhece a história da menina e sua família, e classificou os ataques como “linchamentos públicos”. Ela destaca que o preconceito, muitas vezes disfarçado de cuidado, parte de uma sociedade estruturalmente capacitista que ainda enxerga o confinamento e a invisibilidade como o destino das pessoas com deficiência. “Mas nós não aceitaremos esse destino”, afirmou Carolina, ao final do texto, com um apelo claro: “Respeitem essa família. Respeitem a história de Bianca. Respeitem a Bibi.” O acidente ocorreu por volta das 13h, enquanto a família se preparava para um lanche no local. Segundo os pais, Bianca correu em direção ao precipício e não foi possível impedi-la. O resgate durou cerca de 10 horas, com ação terrestre dos bombeiros devido à neblina e ao mau tempo que impediram o uso de helicópteros. Quando a equipe chegou até a menina, ela já estava sem vida.

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