Homem é preso por engano após erro de grafia no nome do verdadeiro acusado

Letra trocada em mandado de prisão leva trabalhador inocente a passar oito dias encarcerado em São Paulo
Um trabalhador de 56 anos foi preso injustamente após a Justiça confundir seu nome com o de um acusado de estupro. A diferença entre os nomes estava em apenas uma letra, mas foi o suficiente para que ele fosse detido em casa, em São Paulo, e levado ao Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, onde permaneceu por mais de uma semana. Durante esse período, foi tratado com hostilidade, teve o cabelo raspado e dividiu cela com um detento condenado por mais de 20 anos de crimes graves. Ele negou o crime desde o início, mas suas alegações foram ignoradas pelos agentes penitenciários.
O verdadeiro acusado é de uma cidade do interior da Bahia, onde teria cometido os crimes entre 2008 e 2015 contra a ex-companheira e a filha dela. Já o homem preso equivocadamente vive na capital paulista desde 1991 e atuava como zelador em um condomínio no período dos supostos crimes. Mesmo apresentando indícios de que não poderia ter sido o autor, ele foi mantido preso com base no mandado expedido pelo Judiciário baiano, sem que dados básicos como filiação, documentos e endereço fossem verificados corretamente.
Foi a ação rápida da família que permitiu reverter a situação. A filha reuniu provas da inocência do pai e, com a ajuda de um advogado e da imprensa local, levou o caso ao conhecimento das autoridades da Bahia. A pressão resultou na revisão do processo e na revogação do mandado de prisão preventiva. O Ministério Público reconheceu a possibilidade de homonímia e o erro na qualificação do acusado, e o homem foi solto no dia 15 de julho. Agora, a família estuda buscar reparação judicial pela falha grave que resultou em uma prisão traumática e injusta.