Água do Mar de passagem bíblica adquire tom de sangue e desperta curiosidade mundial
Fenômeno natural reacende interpretações bíblicas e reforça ligação entre fé e ciência

Nos últimos dias, o Mar da Galileia, no norte de Israel, surpreendeu moradores e turistas ao apresentar manchas vermelhas intensas em sua superfície. Apesar da aparência dramática, testes confirmaram que a coloração é provocada por uma floração da microalga Botryococcus braunii, que, sob forte radiação solar, altas temperaturas e abundância de nutrientes, adquire pigmentos avermelhados. Segundo o Ministério da Água de Israel, não há risco à saúde nem restrição para banho, e o monitoramento da qualidade da água permanece ativo.
O espetáculo visual rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais, onde muitos associaram a cena a passagens bíblicas como as pragas do Egito ou o episódio do Mar Vermelho, descrito no livro do Êxodo. Para estudiosos, fenômenos desse tipo podem ter inspirado narrativas religiosas, como a teoria de que ventos fortes e persistentes poderiam abrir temporariamente um corredor seco no mar, voltando a se fechar de forma abrupta — cenário que poderia ter alimentado relatos históricos e de fé.
Pesquisadores como o oceanógrafo Carl Drews defendem que tais eventos resultam de condições naturais raras, mas possíveis, combinadas a momentos decisivos, algo que, para a tradição religiosa, se traduz como intervenção divina. Já para as autoridades israelenses, a atual mudança de cor no Mar da Galileia é temporária e inofensiva, mas seu impacto simbólico reforça como a interação entre ciência e crença continua viva, inspirando debates e interpretações ao redor do mundo.