Bactéria perigosa força fechamento de UTI e suspensão de cirurgias em hospital gaúcho

Unidade em Novo Hamburgo transfere pacientes após surtos de infecção por Acinetobacter baumannii, uma das bactérias mais ameaçadoras do mundo segundo a OMS

O Hospital Municipal de Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, suspendeu temporariamente o funcionamento de sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após confirmar a presença da bactéria Acinetobacter baumannii. Os sete pacientes internados foram transferidos para a Unidade Neurovascular, que foi esvaziada para recebê-los. Como medida de precaução, todas as cirurgias cardíacas eletivas foram adiadas até que a situação esteja sob controle.

A decisão foi tomada depois que, entre 11 e 22 de julho, quatro pacientes foram diagnosticados com infecção pela bactéria — dois deles já chegaram à UTI contaminados e outros dois foram vítimas de transmissão cruzada dentro da própria unidade. A Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH) reforça que a bactéria não é transmitida pelo ar e, portanto, não representa risco direto para pacientes de outros setores. Autoridades sanitárias municipais e estaduais foram imediatamente acionadas.

Considerada pela Organização Mundial da Saúde como uma das bactérias mais perigosas do planeta, a Acinetobacter baumannii é resistente a antibióticos potentes, como os carbapenêmicos, e está associada a infecções hospitalares graves, especialmente em pessoas com o sistema imunológico comprometido. O risco aumenta quanto maior for o tempo de internação. A OMS avalia sua ameaça com base em critérios como taxa de mortalidade, facilidade de transmissão e escassez de opções de tratamento, o que torna casos como o registrado em Novo Hamburgo especialmente preocupantes.

Vênetto

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