Governo do Estado integra missão brasileira à China sobre captura de carbono e produção de fertilizantes
A demanda anual do Brasil por fertilizantes é de cerca de 50 milhões de toneladas, com importações representando 90% desse total

Uma missão técnica brasileira, formada por representantes dos setores público e privado, visita a China até 16 de agosto. O objetivo é conhecer tecnologias inovadoras voltadas à descarbonização de usinas termoelétricas e à produção de fertilizantes nitrogenados. O governo do Estado participa da comitiva por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Durante a missão, o grupo visitará três fábricas da empresa JNG, especializada em soluções industriais verdes. “A companhia desenvolve tecnologias que utilizam amônia para realizar dessulfurização e captura de dióxido de carbono (CO₂), processo que resulta na produção de fertilizantes como sulfato de amônio e bicarbonato de amônio, amplamente utilizados na agricultura chinesa. Essas tecnologias, que já estão em operação comercial na China, representam uma alternativa sustentável para os setores energético e agrícola”, detalha o coordenador do Plano ABC+RS, Jackson Brilhante.
Brasil utiliza cerca de 50 milhões de toneladas de fertilizantes ao ano
De acordo com Brilhante, o Brasil utiliza cerca de 50 milhões de toneladas de fertilizantes ao ano, importando 90% dessa demanda. “Esses números demonstram a nossa dependência externa com relação aos fertilizantes. Precisamos buscar alternativas que viabilizem economicamente a produção desses fertilizantes dentro do nosso Estado. Isso vai auxiliar o setor agropecuário gaúcho na sua competitividade”, complementa.
Nesta segunda-feira (11/8), a comitiva visitou, na cidade de Erdos, um projeto de demonstração para produção de fertilizantes a partir da queima do carvão mineral. O projeto vai capturar 1,2 milhões de toneladas de CO₂ por ano, originados da queima do carvão, para produção de 2,3 milhões de toneladas de fertilizantes. “Essa tecnologia permite que seja capturado de 85 a 90% do gás carbônico gerado na planta térmica a carvão”, explica Jackson.