Defesa de Bolsonaro afirma que não há provas de envolvimento do ex-presidente em trama golpista

O advogado Celso Vilardi, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quarta-feira, 3 de setembro, que não existe “uma única prova” que ligue o seu cliente a uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A declaração foi feita durante a sustentação oral do julgamento na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Vou demonstrar cuidadosamente. Ele [Bolsonaro] não atentou contra o Estado Democrático de Direito e não há uma única prova. Esse papel, essa minuta, essa questão, esse depoimento, não há uma única prova que atrele o presidente ao Punhal Verde Amarelo, à Operação Luneta e ao 8 de Janeiro”, disse Vilardi.

O advogado também criticou a proposta da Procuradoria-Geral da República (PGR) de reduzir os benefícios da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Para a defesa, essa medida seria uma forma de aproveitar uma delação que a própria PGR consideraria “parcialmente falsa”. “A delação da forma como está sendo proposta nas alegações finais do Ministério Público não é uma jabuticada, é algo que não existe nem aqui nem em nenhum lugar do mundo”, argumentou.

Vilardi ainda ressaltou que a defesa não teve acesso a todas as provas do processo, que somam mais de 70 terabytes de dados. Ele afirmou que não houve prazo suficiente para a análise completa do material. “Nós não tivemos o tempo que a Polícia Federal e o Ministério Público tiveram [para analisar as provas]. São bilhões de documentos. Eu não conheço a íntegra desse processo”, declarou.

A defesa de Bolsonaro foi a segunda a se manifestar no segundo dia de julgamento, que também contou com a sustentação oral da defesa do general Augusto Heleno.