Gesto simples pedindo socorro pode ajudar a salvar mulheres vítimas de violência doméstica
Secretarias de Comunicação e da Segurança Pública lançam vídeo educativo que ensina a identificar a sinalização por ajuda

Uma sinalização discreta pode ser suficiente para salvar a vida de uma mulher. Com esse objetivo, a organização não-governamental Canadian Women’s Foundation desenvolveu o #SignalforHelp (Sinal por ajuda). Criada por uma agência de publicidade durante a pandemia de covid-19, a ação chamou atenção para o aumento dos casos de violência doméstica e ofereceu mais uma ferramenta de proteção às mulheres.
O gesto ganhou popularidade nas redes sociais e passou a ser usado mundialmente após a campanha. Desde então, já ajudou a salvar a vida de diversas mulheres que conseguiram, de forma silenciosa, pedir ajuda a pessoas próximas em momentos de risco.
A sinalização é feita em três etapas: primeiro, a vítima mostra a palma da mão aberta voltada para fora; em seguida, dobra o polegar para dentro da mão; e, por fim, fecha os outros dedos sobre o polegar, simbolizando a sensação de estar presa ou confinada. O gesto deve ser direcionado à pessoa a quem se pede ajuda, de forma discreta e segura.
O tema também foi abordado pelas redes sociais do governo do Estado.
Para denunciar ou pedir ajuda em casos de violência doméstica, basta ligar para a Brigada Militar, no telefone 190, ou no Disque Denúncia da Polícia Civil, no 181.
A Secretaria de Comunicação (Secom), em parceria com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), lançou um vídeo educativo que ensina a identificar mulheres em situação de violência doméstica por meio de um gesto simples e discreto.
O material traz simulações em que vítimas conseguem sinalizar a necessidade de ajuda para pessoas próximas. Também participam do vídeo a delegada Tatiana Bastos, diretora do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (DEPGV/PCRS), e a soldado Tamara Marega Moiano, que explicam o procedimento e sua importância.
Rede de proteção às mulheres
O Rio Grande do Sul está virando a chave no combate aos feminicídios e à violência doméstica. Uma série de medidas passaram a ser adotadas para reduzir os indicadores e encarar um problema que afeta muitas mulheres.
Medida Protetiva de Urgência
Em abril deste ano foi lançada a Medida Protetiva de Urgência (MPU) on-line, possibilitando às vítimas o registro da ocorrência e a requisição da medida protetiva de urgência pelo celular ou computador. Desde o lançamento, foram solicitadas 3.008 MPUs on-line.
Novas Delegacias da Mulher e Salas das Margaridas
Novas Delegacias da Mulher (Deams) foram criadas e houve aumento no efetivo responsável pelo combate a este tipo de crime, além da implantação de terminais de autoatendimento e melhorias na triagem, reduzindo o tempo médio de espera. Também foram inauguradas mais Salas das Margaridas, espaços destinados ao suporte de mulheres vítimas de violência.
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Patrulhas Maria da Penha
Desde 2012, as Patrulhas Maria da Penha, da Brigada Militar, fiscalizam se as MPUs estão sendo cumpridas e verificam a situação familiar das mulheres atendidas. De janeiro a julho de 2025, a BM incluiu 19.020 vítimas de violência no programa, realizando 40.753 visitas e 291 palestras preventivas e informativas, e efetuando 134 prisões por descumprimento de medida protetiva.

Monitoramento de agressores
O governo adotou o Programa de Monitoramento do Agressor, em que é possível acompanhar em tempo real a movimentação de agressores e vítimas, evitando uma aproximação entre eles. O agressor recebe uma tornozeleira eletrônica, enquanto a vítima possui um smartphone com aplicativo de alerta e rastreamento.
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Os equipamentos operam de forma integrada, caso o agressor se aproxime da vítima, alertas automáticos são acionados, permitindo resposta imediata por parte das autoridades competentes. Atualmente, o sistema contabiliza 498 monitorados e 485 vítimas conectadas pelo celular, garantindo proteção em tempo real. Desta forma, o Estado fortalece uma rede de proteção que combina tecnologia, agilidade e resposta integrada do sistema de justiça e segurança pública.

Compartilhamento de informações entre pastas
Em maio, a SSP firmou um termo de cooperação com a Secretaria da Saúde, buscando facilitar o acesso recíproco a informações e oferecer celeridade, caso uma possível vítima de violência doméstica seja atendida em uma unidade de saúde.