Professor é preso no RS após denúncias de violência sexual de alunas e ex-companheiras

Mais de uma década de suspeitas, 12 vítimas identificadas e relatos chocantes: investigações revelam padrão de abuso psicológico e físico praticado por docente de Direito em Porto Alegre

O caso veio à tona após uma denúncia anônima que levou a Polícia Civil a abrir uma investigação sobre um professor universitário de Direito suspeito de crimes sexuais e violência psicológica contra mulheres. Na manhã desta sexta-feira (26), ele foi preso temporariamente em Porto Alegre. As ocorrências se estendem de 2013 até 2025, envolvendo relatos de estupros, agressões durante relações sexuais e abusos emocionais. Até agora, 12 mulheres já registraram queixa e prestaram depoimento, com testemunhos considerados consistentes pela polícia. A delegada responsável também avalia se a posição de autoridade do suspeito foi usada como forma de coação.

A atuação do professor em instituições acadêmicas de renome foi interrompida após o avanço das investigações. Ele foi desligado da Fundação Escola Superior do Ministério Público, onde dava aulas de graduação e pós-graduação, e também atuava como coordenador de curso. A instituição destacou que a demissão foi administrativa e não implica juízo prévio sobre os fatos. Além da prisão, ele já estava submetido a medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e proibição de contato com vítimas e testemunhas.

Os depoimentos das mulheres traçam um padrão alarmante de violência. Uma das vítimas conta ter sido estuprada após passar mal em uma festa, acordando ferida e sem memória ao lado do acusado. Outra relata que o relacionamento, inicialmente encantador, se transformou em um ciclo de abusos físicos e manipulação emocional. Há também registros de hematomas, sufocamento e agressões sexuais durante o ato íntimo, além de estratégias de controle psicológico que deixaram marcas profundas. Todas as mulheres descrevem mudanças bruscas no comportamento do suspeito, que alternava entre sedução e brutalidade.

A defesa do investigado alega que a prisão é desproporcional e informou que recorrerá com pedido de habeas corpus. Ele mesmo publicou em redes sociais que confia na Justiça e nega as acusações. Por outro lado, a OAB do Rio Grande do Sul instaurou um processo ético-disciplinar para apurar o caso, e a advogada das vítimas afirmou que a prisão representa um alívio para as mulheres que decidiram denunciar. A polícia continua reunindo provas e apura a possibilidade de mais vítimas ainda não identificadas.

Frassul

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