Alerta vermelho na medicina: metade dos médicos do Sul sofre com transtornos mentais

Pesquisa expõe rotina exaustiva, baixos salários e autocobrança como gatilhos da pior crise emocional já vivida pela classe médica

Mais da metade dos médicos da Região Sul já recebeu diagnóstico de algum transtorno de saúde mental, como ansiedade, depressão ou burnout, segundo pesquisa nacional divulgada em 2025. O índice de 51% supera a média brasileira de 45% e acende um sinal de alerta entre entidades médicas. O burnout, associado ao esgotamento extremo, atinge 52% dos profissionais do Sul — cenário agravado por jornadas que ultrapassam 75 horas semanais, múltiplos vínculos de trabalho e a pressão de lidar com dor, morte e emergências diárias. Além disso, atrasos frequentes nos pagamentos, dívidas acumuladas desde a faculdade e a sensação de desvalorização alimentam o adoecimento emocional.

Apesar da gravidade, poucos médicos recebem o suporte necessário: mais de 30% com sintomas de burnout nunca buscaram tratamento, e apenas 4% fazem acompanhamento com especialista. Especialistas alertam para o crescimento dos casos entre estudantes de medicina, com abandonos de curso e até suicídios, reflexo de uma cultura de autocobrança e perfeccionismo desde a graduação. A crise, intensificada durante a pandemia e agravada pelas enchentes no Sul em 2024, voltou a crescer em 2025, exigindo medidas urgentes. Investir em saúde mental, promover pausas, garantir apoio psicológico e romper com o estigma da invulnerabilidade médica são vistos como passos essenciais para reverter esse colapso silencioso.

Eccos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo