Bebidas adulteradas com metanol acendem alerta no RS e motivam operação policial
Substância tóxica já causou mortes no Brasil e foi alvo da Operação Dose Letal, que apreendeu produtos irregulares em Porto Alegre

A ameaça silenciosa do metanol, um álcool industrial altamente tóxico, acendeu um sinal de alerta no Rio Grande do Sul. Com dois casos suspeitos de intoxicação registrados no estado e 13 mortes confirmadas no Brasil nas últimas semanas, a Polícia Civil intensificou ações de combate à falsificação de bebidas alcoólicas. Neste sábado (4), a Operação Dose Letal resultou na apreensão de 135 garrafas de bebidas e cigarros eletrônicos em estabelecimentos de Porto Alegre. A ação visa coibir a circulação de produtos contaminados com a substância, proibida para consumo humano.
Utilizado em solventes e combustíveis, o metanol pode provocar cegueira, falência renal e até morte quando ingerido, mesmo em pequenas quantidades. A delegada Milena Simioli, responsável pela operação, classificou a prática como “um crime grave que coloca vidas em risco”, destacando que a fiscalização seguirá por todo o estado nos próximos dias. Os itens recolhidos serão analisados pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) para confirmar a presença da substância nociva.
Enquanto os peritos trabalham para identificar os riscos, autoridades de saúde e segurança reforçam o apelo à população: verificar rótulos, lacres e procedência das bebidas é essencial para evitar tragédias. Produtos com preços muito baixos ou embalagens com erros devem ser vistos com desconfiança. Em caso de suspeita, o consumidor deve evitar o consumo e denunciar pelo telefone 0800 510 2828, de forma anônima.
A operação no Rio Grande do Sul integra um esforço nacional de enfrentamento à falsificação de bebidas alcoólicas, uma prática criminosa que tem se espalhado em diversas regiões do país. O foco é garantir que apenas produtos seguros e regulamentados cheguem às prateleiras, protegendo a saúde pública e responsabilizando os envolvidos nesse tipo de crime.