Furacão Melissa ameaça causar desastre histórico no Caribe
Tempestade atinge categoria 5 com força recorde e avança lentamente rumo à Jamaica, elevando risco de destruição sem precedentes

O furacão Melissa atingiu a categoria 5 e já é considerado um dos mais potentes da história recente do Atlântico, com ventos sustentados de 260 km/h e rajadas ainda mais intensas. A tempestade, agora classificada como catastrófica, segue em direção à Jamaica com movimento extremamente lento, o que pode agravar os impactos sobre o território. Especialistas alertam que o país poderá enfrentar três dias consecutivos de chuvas torrenciais, maré ciclônica e ventos destrutivos, expondo quase toda a ilha a danos severos. O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) emitiu um alerta em tom incomum, orientando a população a buscar abrigo imediatamente, diante da possibilidade de isolamento de comunidades inteiras e colapso da infraestrutura local.
Na semana anterior, Melissa já havia deixado um rastro de destruição na República Dominicana e no Haiti, onde provocou deslizamentos e inundações fatais. Pelo menos três pessoas morreram nesses países devido à permanência prolongada da tempestade sobre o Caribe central. Agora, os meteorologistas consideram a situação ainda mais alarmante: modelos climáticos preveem volumes de chuva que podem ultrapassar 1500 mm em 72 horas nas montanhas da Jamaica e do sul haitiano, cenário descrito como “bíblico”. Com o solo saturado e a topografia acidentada, o risco de enchentes violentas e soterramentos aumenta drasticamente. No Haiti, já fragilizado por crises políticas e humanitárias, o potencial de tragédia é ainda mais elevado.
Melissa se formou em águas anormalmente quentes, com temperaturas acima de 30 °C em grande profundidade, o que favoreceu sua rápida intensificação. Em apenas 18 horas, a tempestade evoluiu de uma simples depressão tropical para um furacão quase perfeito, com estrutura simétrica e olho bem definido. Essa combinação de condições oceânicas e atmosféricas criou o ambiente ideal para um fenômeno de proporções excepcionais. A vulnerabilidade urbana da Jamaica, especialmente em áreas costeiras como Kingston e Montego Bay, agrava o cenário. Com erosão, ocupações irregulares e drenagem deficiente, muitos bairros estão à mercê da força do furacão. Segundo analistas, os danos econômicos podem ultrapassar dezenas de bilhões de dólares, impactando fortemente o turismo — principal motor da economia jamaicana.
Com informações da Metsul.







