Reféns libertados após dois anos revelam drama vivido em cativeiro

Acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas resulta na soltura de 20 israelenses sequestrados em 2023

Após mais de 730 dias em poder do Hamas, 20 reféns israelenses finalmente foram libertados nesta segunda-feira (13), como parte de um acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. O pacto encerra temporariamente os confrontos na Faixa de Gaza e representa um dos maiores avanços diplomáticos desde o início da guerra, em outubro de 2023. Entre os libertos estão civis, militares e jovens que participavam do Festival Nova, cenário de um dos ataques mais brutais realizados pelo grupo palestino. Os reféns faziam parte do grupo de 251 pessoas sequestradas pelo Hamas durante a ofensiva que resultou na morte de cerca de 1.200 israelenses.

As histórias dos reféns revelam traumas profundos e jornadas marcadas por sofrimento, separações e sobrevivência. Entre eles está o soldado Matan Angrest, capturado após resistir à invasão em Nahal Oz, e o jovem pianista Alon Ohel, que tinha planos de estudar música no exterior antes de ser levado. Também foram libertados os gêmeos Gali e Ziv Berman, sobreviventes do ataque ao kibutz Kfar Aza, e Elkana Bohbot, produtor do Festival Nova, que apareceu em vídeos visivelmente enfraquecido. Muitos dos sequestrados foram forçados a gravar mensagens sob ameaça, usados como peças de propaganda pelo Hamas ao longo dos dois anos.

O acordo representa um alívio para familiares que passaram meses mobilizados por justiça e visibilidade, mas o sofrimento permanece para dezenas de famílias. Estima-se que ainda haja dezenas de reféns em poder do Hamas, e o governo israelense confirmou que pelo menos 28 deles morreram durante o cativeiro. Casos como o dos irmãos David e Ariel Cunio, cuja família teve oito pessoas sequestradas, expõem a brutalidade do ataque. Ao mesmo tempo, relatos de sobreviventes descrevem abusos físicos, fome extrema e isolamento. A libertação reacende o debate sobre as estratégias de negociação com grupos terroristas e o futuro dos reféns que seguem desaparecidos.

Promedseg

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