Fim amargo: tradicional fábrica de erva-mate no RS fecha as portas após 80 anos

Marca icônica do interior gaúcho entra em colapso com dívidas milionárias e crise no setor

Após oito décadas de atuação, a Vier Indústria e Comércio do Mate, uma das marcas mais tradicionais de erva-mate do Rio Grande do Sul, teve sua falência decretada pela Justiça a pedido da própria empresa. Fundada em 1944 e com sede em Santa Rosa, a fábrica estava inativa desde setembro de 2024. Enfrentando um passivo de quase R$ 50 milhões e um patrimônio avaliado em pouco mais de R$ 11 milhões, a empresa não conseguiu superar o processo de recuperação judicial iniciado em 2021. Entre os principais entraves, a companhia apontou a escassez de matéria-prima devido à expansão da soja, além de um incêndio em 2012, dificuldades fiscais, dívidas bancárias e a morte do sócio-administrador em 2020, após problemas de saúde desde 1998.

A Justiça determinou o lacramento da sede e nomeou a Estevez Guarda para administrar o processo falimentar. O principal ativo da empresa é a marca Vier, hoje sob arrendamento da empresa Rei Verde, de Erechim, que segue utilizando o nome no mercado. A intenção dos administradores é manter a marca operando e vender rapidamente os bens para saldar parte das dívidas com credores. O caso marca o fim de uma era para a indústria gaúcha da erva-mate, que enfrenta crescente pressão da monocultura e do aumento nos custos logísticos e produtivos.

Caroline

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