Justiça determina avaliação psiquiátrica de mãe acusada por morte de filhas gêmeas no RS

Processo é suspenso enquanto defesa tenta comprovar insanidade de mulher presa por possível sufocamento das crianças
A Justiça do Rio Grande do Sul suspendeu o andamento do processo contra a mulher acusada pela morte das filhas gêmeas Manuela e Antônia, de 6 anos, em Igrejinha, após aceitar o pedido da defesa para uma avaliação de sanidade mental. A decisão, tomada pela 1ª Câmara Especial Criminal do TJRS, pode levar à inimputabilidade da ré, caso seja comprovado que ela não tinha plena consciência de seus atos no momento do crime. A acusada, que já havia passado por internações psiquiátricas por tentativa de suicídio, permanece presa preventivamente enquanto aguarda os resultados do exame.
As mortes ocorreram em outubro de 2024, com intervalo de oito dias entre os casos. As meninas foram encontradas desacordadas em casa, e nenhuma substância tóxica foi identificada nos corpos, mesmo após exames detalhados. Apesar da causa da morte ser considerada indeterminada, o Ministério Público sustenta que as crianças foram sufocadas, e mantém a acusação contra a mãe. O caso chamou atenção após um médico revelar que a mulher havia expressado “ideias perversas” sobre as filhas durante uma internação. A filha mais velha também prestou depoimento, afirmando que a mãe seria capaz de cometer o crime.
Além da suspensão do processo, os desembargadores rejeitaram o pedido de suspeição do juiz feito pela defesa, que alega ter havido desrespeito durante audiência. O advogado responsável afirmou que o tribunal reconheceu o direito da acusada ao exame de insanidade, algo inicialmente negado. Ele destacou que a apuração médica é essencial, especialmente considerando o histórico psiquiátrico da mãe. O Ministério Público ainda não se manifestou sobre a possibilidade de recorrer da decisão.






