Moraes exige laudos e vídeos de operação no Rio e questiona números

Ministro do STF manda preservar imagens de câmeras corporais e busca esclarecer contradições sobre os alvos da ação nos complexos da Penha e do Alemão.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo do Rio de Janeiro envie à Corte todos os laudos técnicos de necrópsia e de projéteis, além da lista de policiais que usavam câmeras corporais e as respectivas imagens. A decisão, emitida na segunda-feira, 10 de novembro, refere-se à megaoperação realizada em 28 de outubro nos complexos do Alemão e da Penha, na capital fluminense, que resultou na morte de 121 pessoas. As medidas foram tomadas no âmbito da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental 635 (ADPF das Favelas).

Moraes também apontou contradições nas informações sobre os objetivos da operação. O governo do estado indicou 51 alvos, enquanto a procuradoria estadual mencionou 69 mandados de prisão; informações à imprensa citaram até 100 mandados. Para esclarecer os pontos, o ministro mandou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) enviar a lista de mandados de prisão e busca e apreensão expedidos e cumpridos, bem como a listagem completa dos presos e informações sobre suas audiências de custódia.

Além disso, o relator temporário da ADPF das Favelas ordenou que o delegado da 22ª Delegacia de Polícia informe em 48 horas sobre a abertura de inquérito contra familiares de mortos por terem movido os corpos. O ministro também derrubou a decisão de uma conselheira do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que havia barrado o pedido de informações do Ministério Público Federal (MPF) sobre o orçamento da “Operação Contenção”.