Portos RS avança na dragagem de manutenção de canais estratégicos com frentes ativas no Guaíba e no litoral sul
Pedras Brancas e Leitão já foram finalizados enquanto dragas operam em São Gonçalo, Furadinho, Feitoria e Rio Grande

Cinco dragas estão em operação nos canais da hidrovia do Rio Grande do Sul, a maior obra de dragagem coordenada pela Portos RS, vinculada à Secretaria de Logística e Transportes (Selt). A iniciativa mobiliza frentes emergenciais e estruturais com benefícios diretos sobre a segurança da navegação, o abastecimento logístico e a competitividade das exportações do Estado.
Esta é a primeira vez na história do Rio Grande do Sul em que uma frente de trabalho é formada para o restabelecimento das profundidades operacionais da hidrovia Lagoa dos Patos/Lago Guaíba. Com recursos do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), o plano contempla 21 canais de navegação interior e o canal de acesso ao Porto do Rio Grande, abrangendo as principais rotas hidroviárias do Estado.
Dragagem é o processo de remoção de sedimentos no fundo de rios e canais para manter ou ampliar sua profundidade. Nos canais de navegação, isso garante o tráfego seguro de embarcações maiores, ampliando a eficiência logística e a competitividade das exportações. O aumento da profundidade reduz o número de viagens e favorece a movimentação de grandes volumes, fortalecendo a infraestrutura logística frente a eventos meteorológicos extremos.
Dragagens em execução
A dragagem do Canal Itapuã (Lote 1), executada pela draga Ivete, pertencente à frota da STER Engenharia, já foi concluída. A campanha recuperou as condições mínimas de navegabilidade no trecho Guaíba–Lagoa.
No Lote 2, que abrange os canais Leitão, Pedras Brancas, Furadinho e São Gonçalo, as operações seguem em ritmo intenso. A dragagem dos canais Pedras Brancas e Leitão já foram concluídas. A draga Heloísa, que finalizou sua participação no Canal Leitão, passou por manutenção preventiva e foi mobilizada ao canal Furadinho em 12 de outubro, se juntando à draga Ivete.
A frente de dragagem no Canal São Gonçalo permanece em execução, conduzida pela draga Lígia, da STER Engenharia. A operação segue conforme o cronograma previsto, com meta de retirada de mais de 457 mil metros cúbicos de sedimentos. A previsão é de conclusão em dezembro de 2025.
A dragagem do Canal da Feitoria (Lote 3), já foi iniciada e está sendo realizada pela draga Mariana, frota da DTA Engenharia. O equipamento atua na recuperação das profundidades operacionais do canal, contribuindo para a retomada do tráfego regular de embarcações e o escoamento de cargas como fertilizantes, químicos e grãos pela hidrovia Lagoa dos Patos/Lago Guaíba.
No Porto do Rio Grande (Lote 4), a multinacional Van Oord executa as obras de manutenção com a draga Utrecht, do tipo autotransportadora (sigla em inglês TSHD). O contrato prevê a remoção de aproximadamente 15 milhões de metros cúbicos de sedimentos, garantindo calado oficial do Porto Organizado do Rio Grande de 15 metros. A obra de manutenção será executada em toda extensão do canal de navegação, cobrindo o canal externo, interno e canal/berços Porto Novo. A obra tem prazo de 15 meses e valor de R$ 432,29 milhões.
Além dessas frentes, a Portos RS prevê o avanço de novos contratos. Os lotes 5 e 6, que abrangem 11 canais, estão em processo de licitação. O Lote 7, com mais quatro canais, será desenvolvido na sequência. Ao todo, o plano contempla 21 canais de navegação interior e o canal de acesso ao Porto de Rio Grande, cobrindo as principais rotas hidroviárias do Estado.
Melhoria da logística
A dragagem amplia a capacidade logística da Região Sul, com impactos positivos em setores como agronegócio, combustíveis, fertilizantes e indústria química. A manutenção do calado oficial de 15 metros evita perdas expressivas: restrições de 1,5 metro podem reduzir em até 18 mil toneladas semanais o transporte de contêineres, gerando prejuízos de até US$ 20,6 bilhões.
De acordo com o secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, as obras de dragagem são muito importantes para potencializar o desenvolvimento econômico. “Essas obras representam uma qualificação para o modal hidroviário, fundamental para promover avanços e atrair novos investimentos para o setor”, destaca.
“A Portos RS tem atuado em estreita parceria com o governo do Estado para garantir a plena recuperação das hidrovias, essenciais ao escoamento da produção e à integração logística regional. Esse alinhamento institucional tem sido determinante para viabilizar os investimentos necessários à reestruturação da navegação interior, ampliando a capacidade de transporte de cargas com eficiência e segurança”, afirma o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger.
A continuidade das obras consolida o Porto do Rio Grande como elo entre rotas marítimas internacionais e hidrovias interiores, garantindo a regularidade no atendimento a navios de grande porte, ampliando exportações e assegurando previsibilidade às operações.







