Preço da carne bovina deve voltar a subir no Brasil em 2026

Redução na oferta de gado para abate e manutenção de exportações elevadas pressionam o mercado interno

Após um período de deflação no segundo semestre de 2025, o preço da carne bovina deve apresentar nova aceleração em 2026. A mudança de cenário, prevista por analistas do setor no sábado, 20 de dezembro, deve-se ao ciclo pecuário: após um ano de abates recordes, a tendência é que produtores retenham fêmeas para reprodução, diminuindo a oferta de animais no mercado. Em 2025, o Brasil alcançou o posto de maior produtor global de carne bovina, superando os Estados Unidos pela primeira vez.

A inflação das carnes, que chegou a registrar alta de 23,63% em junho, perdeu fôlego nos meses recentes devido ao volume histórico de 11,2 milhões de cabeças abatidas no terceiro trimestre. Além da oferta farta, o teto no orçamento das famílias brasileiras forçou uma estabilização, levando consumidores a migrar para proteínas mais baratas, como frango e ovos. No entanto, a combinação de menor produção interna com a demanda externa aquecida sinaliza o fim desse alívio nos preços para o próximo ano.

Outro fator determinante para o comportamento do mercado em 2026 será a postura da China, principal destino da proteína brasileira. O país asiático estuda a implementação de salvaguardas e cotas restritivas que podem alterar o fluxo das exportações. Caso as restrições chinesas sejam severas, o excedente que deixaria de ser exportado poderia aumentar a oferta interna e frear a alta; caso contrário, a pressão sobre o bolso do consumidor brasileiro será inevitável devido à escassez de oferta no campo.

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