Nova etapa do HackatAgro premia equipe Biobovino, formada por estudantes de Escolas Agrícolas da Rede Estadual

No evento, alunos apresentaram suas propostas para um grupo de avaliadores

Após um dia de intensa programação, com mentorias e preparativos finais, o governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Seduc) premiou, na terça-feira (23/9), os participantes do HackatAgro 2025 – Desafio Mão na Massa. A equipe vencedora foi a Biobovino, que apresentou um projeto para reduzir a emissão de gás metano na pecuária.

O evento lotou o auditório do Tecnopuc, em Porto Alegre, onde estudantes de 27 Escolas Técnicas Agrícolas da Rede Estadual apresentaram suas propostas diante de um grupo de avaliadores. Mais do que uma competição, o encontro marcou a consolidação de mais uma etapa do HackatAgro, movimento que segue estimulando a criatividade dos jovens e fortalecendo a inovação no campo.

Promovido pela Superintendência da Educação Profissional (Suepro), em parceria com a Neodigital Comunicação e o Instituto da Transformação Digital (ITD), o desafio integra um ciclo contínuo de ações do HackatAgro, que busca impulsionar a digitalização do agronegócio brasileiro. Pela primeira vez, a competição foi voltada exclusivamente a estudantes da rede estadual, reforçando o compromisso de ampliar oportunidades e aproximar a escola das demandas reais do setor produtivo. Na educação, área tratada como prioridade pelo governador Eduardo Leite, o compromisso do governo é garantir o futuro do estudante, do professor e da sociedade.

Cada equipe, formada por seis a oito alunos e professores orientadores, desenvolveu projetos de inovação para solucionar problemas do meio rural com tecnologias digitais ou soluções sustentáveis. O cronograma incluiu oficinas sobre elaboração de projetos de negócios, prototipagem e plano de marketing, além de palestras e mentorias com especialistas.

Vencedores destacaram o trabalho em equipe

A fase eliminatória ocorreu nos dias 6 e 7 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, durante a Expointer. No Tecnopuc, as apresentações seguiram o formato de pitch, em que os estudantes tiveram três minutos para expor suas ideias e convencer os jurados sobre a viabilidade dos trabalhos.

A aluna Laura Pukall, de 18 anos, da equipe Biobovino, estuda na Escola Estadual Técnica Guaramano. Ela foi uma das responsáveis por expor o projeto diante dos avaliadores. Com o anúncio do resultado, ela destacou o esforço coletivo da equipe, formada por estudantes de diferentes escolas agrícolas.

“Foi uma sensação incrível, porque todos colocaram a mão na massa desde o início. Mesmo quando havia dificuldades, um ajudava o outro. Viramos mais do que uma equipe, nos tornamos uma família. No começo, foi difícil nos entrosarmos, mas os professores ajudaram a quebrar o gelo e logo nos tornamos amigos. Agora queremos levar essa ideia adiante e participar de outros programas para torná-la realidade,” comentou a jovem.

O professor Marco Fruhauf de Oliveira, orientador da equipe vencedora, também ressaltou a construção colaborativa do projeto. “A proposta surgiu de uma necessidade identificada em sala de aula e foi sendo lapidada coletivamente. Inicialmente, pensávamos em criar um equipamento, mas o processo mostrou que a solução poderia ser mais eficaz com o bolus ruminal. Foi um trabalho muito orgânico, em que cada aluno pôde expressar suas habilidades,” afirmou.

A superintendente-adjunta da Suepro, Raquel Padilha, agradeceu aos parceiros e reforçou o aspecto da aprendizagem que o evento proporcionou aos jovens alunos. “Esse desafio mostra até onde a educação profissional pode levar os estudantes. Todos vivenciaram um processo de aprendizado, colaboração e troca de experiências. Queremos que aproveitem cada oportunidade e explorem as possibilidades que esse caminho oferece,” enfatizou na fala de abertura.

Projetos finalistas dessa etapa

  • Biobovino (1º lugar): propôs o uso de bolus ruminais – cápsulas administradas no gado – para reduzir a emissão de metano, principal gás de efeito estufa do setor pecuário. A solução tem aplicação simples, material acessível e foco em sustentabilidade, com o lema: “Aumente seu lucro, diminua sua pegada de carbono”.
  • Bioagro (2º lugar): apresentou um biodigestor capaz de transformar leite descartado por contaminação ou mastite em energia. O projeto busca reduzir perdas na produção, gerar biofertilizante e estimular a adubação sustentável.
  • Agrovants (3º lugar): trouxe uma solução para monitorar em tempo real a produção de soja por meio de drones com sensores multiespectrais, coleta de dados e análise via aplicativo. O sistema auxilia no uso racional de insumos e pode gerar renda extra pela venda de créditos de carbono.

Além dos finalistas dessa etapa, também participaram do evento a equipe Rastro Verde, que propôs um sistema de rastreabilidade para embalagens de produtos sanitários, com cadastro por QR Code e integração com órgãos de defesa agropecuária, e o Geocontrol, que desenvolveu um sistema de levantamento topográfico com drones e software de georreferenciamento para otimizar o plantio.

Premiações

Como premiação, os campeões visitarão o AgroHub de Goiânia, em Goiás, centro de incubação de startups voltadas ao agronegócio. O segundo lugar conhecerá o Cocriagro, em Londrina, no Paraná, e o terceiro visitará a Associação Parque Tecnológico do Agronegócio, em São Leopoldo. Além disso, os três finalistas dessa etapa receberão ingressos para a South Summit 2026.

Mais do que os prêmios, o grande legado desta etapa é a continuidade: todas as equipes terão acesso a um programa de pré-incubação, voltado a transformar as ideias desenvolvidas no HackatAgro em negócios reais e a ampliar conexões com startups do Brasil e do exterior. Assim, o desafio Mão na Massa não representa um ponto final, mas o início de novos caminhos para que os estudantes sigam empreendendo, aprendendo e inovando no agronegócio.

O HackatAgro segue, portanto, como um movimento em constante construção, no qual cada edição abre novas possibilidades e prepara terreno para as próximas etapas.

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