Operação Mavick: rede de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas é desmantelada em sete estados

Polícia Civil mobilizou 350 agentes em uma ação coordenada pela Draco de Bagé, resultando em bloqueio de mais de R$ 18 milhões em bens e contas bancárias ligadas ao grupo criminoso.

Na manhã desta quarta-feira, 1º de outubro, a Polícia Civil, coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Bagé, deflagrou a Operação Mavick. A ação mobilizou 350 Policiais Civis em sete estados do país para desmantelar uma sofisticada rede de lavagem de dinheiro ligada ao tráfico de drogas e a uma organização criminosa.

A Extensão da Operação e os Resultados

A operação cumpriu 04 mandados de prisão preventiva, além de 70 mandados de busca e apreensão e ordem de bloqueio de mais de R$ 18 milhões em bens e contas bancárias. O saldo da ação incluiu 05 prisões, a apreensão de 20 carros e o bloqueio de 63 contas bancárias de “laranjas”.

Os mandados foram cumpridos em diversas cidades do Rio Grande do Sul (Bagé, Canoas, Porto Alegre, São Leopoldo, Lajeado, Campo Bom, Esteio, Charqueadas, Caxias do Sul, São Jerônimo, Pelotas, Montenegro e Uruguaiana), Santa Catarina (Itajaí, Navegantes, Joinville e Barra Funda), São Paulo (Osvaldo Cruz, São Bernardo do Campo e Cotia), Paraná (Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Maringá e Colombo), Bahia (Salvador), Rio de Janeiro (Itaboraí) e Pernambuco (São Lourenço da Mata).

Os Principais Envolvidos e o Esquema Financeiro

As investigações apontam que os quatro principais investigados são o líder do grupo criminoso, atualmente recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc); um fornecedor de drones, residente em Santa Catarina, sua companheira e a operadora financeira do grupo.

A quebra do sigilo bancário demonstrou que o trio movimentou mais de R$ 18 milhões de forma incompatível com seus rendimentos. Para garantir a descapitalização da organização, as 63 contas bancárias de “laranjas” foram bloqueadas, com valores entre R$ 30 mil e mais de R$ 200 mil.

Drones e o Laboratório de Refino

A investigação da Draco começou em novembro de 2023, após a informação de que o grupo planejava instalar um laboratório de refino de cocaína em Bagé. Uma operação inicial apreendeu celulares de suspeitos, com evidências da associação criminosa. Em março de 2024, uma nova investida localizou o laboratório, resultando na prisão em flagrante de cinco indivíduos e na apreensão de uma prensa para cocaína, material químico, droga refinada e 11 telefones celulares novos.

A apuração revelou que o fornecedor, proprietário de uma empresa de manutenção de drones em Itajaí/SC, recebia os equipamentos para manutenção e adaptação de braços articulados com o objetivo de transportar drogas e celulares para dentro da Pasc.

Em julho de 2025, a investigação da Draco teve um novo capítulo com a Operação Aliança Sombria, focada no combate a atos de corrupção no sistema prisional.