Tecnologia e inovação no campo marcam terceiro dia da missão gaúcha nos Estados Unidos

Comitiva liderada por Gabriel Souza conheceu tecnologias de irrigação no campo e controle sistematizado na criação de gado

A comitiva gaúcha que participa da missão oficial técnica do governo ao Estado do Nebraska, nos Estados Unidos, conheceu de perto o que há de mais moderno em pesquisa e inovação voltadas à agricultura sustentável. Liderado pelo vice-governador Gabriel Souza, o grupo esteve na cidade de Ithaca, nesta quarta-feira (22/10), onde visitou o Centro de Educação de Extensão do Leste do Nebraska, um dos principais polos da Universidade do Nebraska dedicados ao desenvolvimento de soluções para o campo. 

O centro, que ocupa mais de 3,6 mil hectares, reúne diferentes modelos de produção, com áreas de pastagem e cultivo irrigado até espaços experimentais de pesquisa. A estrutura abriga cerca de 10 mil animais e dezenas de projetos científicos aplicados ao agronegócio. 

Recebidos pelo diretor Doug Zalesky, os gaúchos conheceram o feedlot experimental (sistema de criação de gado confinado), que abriga cerca de 240 bovinos monitorados por sistemas automatizados. Cada animal possui uma etiqueta eletrônica que mede a quantidade de alimento ingerido, possibilitando o acompanhamento individual da saúde e do desempenho produtivo. Em seguida, o grupo visitou a sala de manejo e treinamento de gado, onde são realizadas capacitações práticas em parceria com o setor privado, voltadas ao bem-estar animal e à segurança no trabalho rural. 

Projeto de pesquisa sobre sequestro de carbono

Uma foto externa em um campo agrícola de grande extensão sob um céu azul claro. No lado direito, em primeiro plano, ergue-se uma estrutura metálica de torre de medição (torre de fluxo ou torre Eddy Covariance), que é usada em pesquisas de sequestro de carbono. A torre sustenta painéis de controle, caixas de equipamentos abertas com fiação e dispositivos de medição no topo. O campo em frente à torre está colhido, coberto por restolho de cor marrom-amarelada, que se estende até o horizonte. Ao longe, é possível ver árvores e construções rurais no horizonte, no meio do campo. A imagem ilustra a infraestrutura de medição de dados em uma pesquisa de campo agrícola.
Comitiva visita pesquisa de sequestro de carbono; sensores coletam dados climáticos para guiar políticas agrícolas sustentáveis – Foto: Leonardo Fouchard/Ascom GVG

A comitiva também acompanhou um projeto de pesquisa sobre sequestro de carbono, que analisa como diferentes práticas agrícolas podem contribuir para a mitigação das mudanças climáticas. Os estudos utilizam sensores que captam, em tempo real, dados sobre o vento, a temperatura, a umidade e as emissões de carbono, informações que orientam políticas e estratégias de sustentabilidade. 

Segundo o vice-governador Gabriel Souza, as tecnologias vistas no Nebraska mostram como ciência e agricultura podem caminhar juntas para ampliar a eficiência produtiva e preservar os recursos naturais. “Essa torre que vimos aqui, que inclusive tem similares no Rio Grande do Sul, como na Universidade Federal de Santa Maria, mede uma série de parâmetros. Não só a umidade do solo, mas também a emissão de gases de efeito estufa, como o óxido nitroso. Um dos equipamentos chega a coletar dados dez vezes por segundo, o que mostra a dimensão da pesquisa e do potencial de aplicação no campo”, destacou. 

Uma foto externa de um grupo de cerca de 15 homens caminhando em um campo agrícola colhido, com o céu azul e claro ao fundo. O campo está coberto por restolho seco (palha e talos de milho, por exemplo) de cor marrom-amarelada. Os homens, que parecem ser uma comitiva em visita, estão vestidos com roupas casuais e agasalhos (casacos, jaquetas e blazers), adequadas para clima frio. Um homem em primeiro plano, à esquerda, usa uma jaqueta vermelha brilhante. O homem mais à frente e ao centro usa uma jaqueta preta. Outro homem à direita, de blazer e óculos escuros, parece estar explicando ou guiando. A imagem sugere que a comitiva está visitando o local de pesquisa no campo, possivelmente o mesmo onde está a torre de medição de carbono da foto anterior.
Vice-governador Gabriel Souza comentou que uso da tecnologia “reflete a integração entre irrigação e inovação científica” – Foto: Juliane Pimentel/Ascom GVG

Gabriel também ressaltou o impacto direto que a inovação pode gerar na produtividade das lavouras gaúchas. “Esses dados permitem definir com precisão quanto de água deve ser aplicada em cada lavoura, otimizando o uso dos recursos hídricos e evitando perdas de produtividade. É por meio de tecnologias como essa que o milho aqui atinge produtividades médias de 12 toneladas por hectare, resultado que reflete a integração entre irrigação e inovação científica”, complementou.  

Ao final da visita, a comitiva conheceu a Spidercam Platform, uma estrutura de sensoriamento remoto e fenotipagem vegetal suspensa por cabos e controlada por fibra óptica. O equipamento percorre as lavouras com câmeras multiespectrais e térmicas, registrando imagens e dados com precisão milimétrica. Trata-se do primeiro sistema do tipo em operação nos Estados Unidos capaz de cruzar informações de campo com imagens de satélite, ampliando o alcance e a aplicabilidade das pesquisas agrícolas. 

Ainda nesta quarta, após as agendas em Ithaca, o grupo gaúcho seguiu para a cidade de Lincoln para visitar o Departamento de Recursos Naturais de Nebraska e o Centro Nacional de Mitigação da Seca. Na quinta-feira (23), a comitiva visitará a Valmont, fábrica de pivôs do Valley Center, em Valley, e a Lindsay Center Pivot Company, em Elkhorn. 

Domeneguini

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