Negada pela Justiça, mãe morre após batalha contra câncer em SC

Kelly Brittes, de 40 anos, mobilizou redes sociais na luta por um tratamento que poderia prolongar sua vida, mas teve o pedido negado pelo SUS e pela Justiça
Após dois anos enfrentando um câncer de colo do útero em estágio avançado, Kelly Brittes, de Gaspar (SC), faleceu nesta terça-feira (11). Ela se tornou símbolo de resistência nas redes sociais ao divulgar sua luta para conseguir um tratamento com imunoterapia, recomendado por seus médicos, mas inacessível devido ao alto custo. Sem respaldo da rede pública de saúde e com a negativa da Justiça para custeio da medicação, Kelly lançou uma campanha de arrecadação para tentar bancar as doses por conta própria.
A doença foi diagnosticada pouco depois do nascimento de sua filha, em agosto de 2023. O tratamento indicado incluía 35 aplicações de um medicamento imunoterápico, cada uma ao custo de R$ 48 mil, totalizando mais de R$ 1,6 milhão. Como a substância não faz parte da lista de alto custo do SUS, Kelly recorreu ao Judiciário, mas não teve sucesso. “Acredito em milagres e em pessoas”, dizia a paciente, na esperança de alcançar os recursos necessários com a ajuda da solidariedade online.
A morte de Kelly foi comunicada pela filha mais velha, Nicolly, por meio das redes sociais. Ela deixa o marido, cinco filhos e uma neta. A repercussão do caso reacende o debate sobre o acesso a tratamentos oncológicos modernos pelo sistema público de saúde no Brasil, especialmente em casos de doenças agressivas com terapias ainda fora dos protocolos nacionais. Ainda não há informações sobre o velório.






