Bolsonaro e aliados começam a ser interrogados pelo STF sobre tentativa de golpe
Ex-presidente e militares de alta patente são ouvidos em ação penal que investiga atentado ao Estado democrático após as eleições de 2022

O Supremo Tribunal Federal inicia nesta segunda-feira (9) os interrogatórios de oito réus acusados de integrar o núcleo central da suposta tentativa de golpe de Estado entre o fim de 2022 e janeiro de 2023, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. Entre os investigados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general da reserva Walter Braga Netto, preso preventivamente desde dezembro de 2024, e outros ex-ministros e militares de confiança do antigo governo. As audiências presenciais, conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, ocorrem na Primeira Turma do STF e devem se estender ao longo da semana, com exceção do depoimento de Braga Netto, realizado por videoconferência.
O primeiro a prestar depoimento é Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no processo. Em seguida, serão ouvidos nomes como Alexandre Ramagem e Anderson Torres. O interrogatório é considerado uma etapa crucial do processo penal, pois permite contato direto do réu com o juiz, podendo influenciar no julgamento. A defesa de Bolsonaro tentou suspender a fase de instruções alegando falta de acesso às provas, mas o pedido foi negado. Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas pela PGR, por crimes como tentativa de golpe, organização criminosa armada e dano ao patrimônio público.