Moraes cobra explicações sobre escolta que levou Bolsonaro ao hospital em Brasília

Polícia Penal do DF tem 24 horas para justificar por que ex-presidente não retornou imediatamente para casa após procedimento médico

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira, 15 de setembro, que a Polícia Penal do Distrito Federal envie um relatório detalhado sobre a escolta do ex-presidente Jair Bolsonaro durante deslocamento para exames médicos em um hospital de Brasília.

Segundo a decisão, a corporação tem 24 horas para explicar por que o ex-presidente não foi levado diretamente para casa após a liberação médica, conforme determinado previamente por Moraes.

“Oficie-se à Polícia Penal do Distrito Federal para que, no prazo de 24 horas, envie aos autos relatório circunstanciado sobre a escolta realizada, com informações do carro que transportou o custodiado, agentes que o acompanharam no quarto e o motivo de não ter sido realizado o transporte imediato logo após a liberação médica”, escreveu o ministro.

No domingo, 14 de setembro, Bolsonaro foi autorizado a deixar a prisão domiciliar para procedimento dermatológico no Hospital DF Star, em Brasília. O retorno imediato ao domicílio estava entre as condições impostas por Moraes.

Durante a saída do hospital, Bolsonaro ficou ao lado de seu médico, que concedeu entrevista coletiva à imprensa. Nesse momento, o ex-presidente foi aplaudido por apoiadores reunidos em frente à unidade de saúde.

Prisão domiciliar e investigações

Desde o dia 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica e restrições a visitas, por decisão do ministro Alexandre de Moraes. A medida foi motivada pelo uso, ainda que indireto, de redes sociais — por meio de perfis dos filhos —, em desobediência à ordem judicial que o proibia de se manifestar nas plataformas digitais.

Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) são investigados por possíveis articulações com o governo de Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos, para promover sanções contra o Brasil e ministros do STF, utilizando a Lei Magnitsky, além de atuar para o cancelamento de vistos.

Na semana passada, a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro e outros sete envolvidos na ação penal da trama golpista, por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e deterioração de patrimônio tombado. A decisão foi tomada por 4 votos a 1.

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